terça-feira, 27 de julho de 2010

Estatuto da Igualdade Racial: sonegação informativa e as novas bases para enfrentar o racismo

O Estatuto da Igualdade Racial foi sancionado esta semana pelo presidente Lula. O episódio mereceria um destaque muito maior por parte dos meios de comunicação. Mas, sem surpreender, a grande mídia comercial noticiou apenas discretamente o evento. Nenhum grande jornal deu na primeira página. E o Jornal Nacional da TV Globo fez apenas uma notinha curtíssima para a importância do fato, sem imagens. Ou seja, na proporção inversa da ampla divulgação que deu, por meses, à campanha do DEM contra as cotas para alunos pobres e negros na universidade. O artigo é de Beto Almeida.

Beto Almeida (*)

“Uma notícia ta chegando lá do interior
Não deu no rádio, no jornal ou na televisão...”

Milton Nascimento e Fernando Brant

Nesta semana que termina o Estatuto da Igualdade Social foi sancionado pelo presidente Lula. Para um país que teve quase 4 séculos de escravatura, sendo o último a abolir este opróbrio, e , tendo ficado 112 anos à espera de uma legislação que consolidasse bases para um enfrentamento mais vigoroso ao racismo ainda vigente em nossa sociedade tão desigual, o episódio mereceria um destaque muito maior por parte dos meios de comunicação. Mas, sem surpreender, a grande mídia comercial noticiou apenas discretamente o evento. Nenhum grande jornal deu na primeira página. E o Jornal Nacional da TV Globo fez apenas uma notinha curtíssima para a importância do fato, sem imagens. Ou seja, na proporção inversa da ampla divulgação que deu, por meses, à campanha do DEM contra as cotas para alunos pobres e negros na universidade.

Já a Voz do Brasil, programa radiofônico que também nesta semana fez mais um aniversário, cobriu decentemente a sanção do Estatuto da Igualdade Racial, mesmo estando sob ataque da ideologia mídia de mercado, que quer mais uma hora para entupir os ouvidos do povo, predominantemente, com mais baixaria e publicidade. Portanto, nos grotões, nos quilombos, nos assentamentos da reforma agrária onde a Voz do Brasil alcança, a notícia até que chegou. Mas, como diz a música “Notícias do Brasil”, de Milton Nascimento e Fernando Brant, a depender da grande mídia comercial, a informação ou é nula ou é a mais resumida possível. Será nostalgia das senzalas e do pelourinho por parte dos barões da mídia?

É preciso lutar para a lei pegar

Muitas conclusões podem ser tiradas da entrada em vigor do Estatuto da Igualdade Racial. Entre elas, certamente, a de que como nos demais estatutos, entre eles da Criança e do Adolescente, o do Idoso, ou o Código de Defesa do Consumidor, a sua plena vigência não é automática. Será preciso lutar para esta lei pegar. Com a dinâmica das lutas é que as leis se consolidam, se aperfeiçoam, ampliam direitos. A licença maternidade, por exemplo, instituída em 1932, na Era Vargas, estabelecia apenas dois meses. Acaba de ser ampliada para 6 meses. Em Cuba, há décadas, a licença maternidade é de um ano, e beneficia também o pai por um certo período.

Afinal, aqui estamos numa sociedade capitalista, com desigualdades trágicas, e onde a lei ainda é presa fácil do poder econômico e onde nem a própria Constituição alcançou ainda sua plenitude. Sem contar que tratam-se de textos legais rigorosamente desconhecidos da grande massa do povo brasileiro. Está escrito na lei que é crime matar, mas a taxa de homicídios impunes no Brasil alcança a tenebrosa estatística de 93 por cento dos casos, que ficam sem solução, são arquivados. Assim, transpondo para o Estatuto, para que ele realmente vire um texto a ser cumprido é indispensável a convocação da cidadania, dos sindicatos, dos movimentos sociais, para conscientizarem-se de sua existência, de seus alcances e limites. E também da necessidade de protagonismo e militância caso queiramos empreender uma inadiável batalha contra esta praga social do racismo. Talvez por isso mesmo a grande mídia não divulga, esconde, quando era tema para se fazer do Estatuto um grande fato comunicativo.

A insensibilidade social da mídia

Dois episódios me ocorrem para provar a insensibilidade social das oligarquias que dominam estes meios de comunicação como se administrassem um latifúndio do espectro eletromagnético ou impresso informativos. Quando Monteiro Lobato, revoltado com o analfabetismo de nossa gente, apelou a uma família proprietária de grande jornal paulista para que a imprensa realizasse uma cruzada contra este subproduto da deseducação, da ignorância e da pobreza. A resposta que recebeu deveria estar em todos os cadernos de alfabetizadores para lembrar que a alfabetização sempre teve inimigos nas oligarquias. “ Ô Lobato, mas se todos os negros analfabetos forem aprender a ler, quem é que vai pegar na enxada??”, ouviu um atônito Lobato, registrando-se no episódio uma soma de elitismo com racismo.

No outro episódio, ocorrido décadas depois, o diretor de redação deste mesmo jornalão paulista mata a sua namorada com três tiros, confessa o crime, é condenado e continua absolutamente livre. O motivo para o crime? A jovem jornalista, de origem pobre, meio mulata, queria terminar o namoro. Pena de morte! Ou seja, mesmo sendo proibido matar, mesmo tendo havido a confissão, mesmo tendo sido condenado, o tal jornalista, está desfilando sua impunidade livremente, indicando que tipo de ódio social pode estar sendo cultivado nas cúpulas de quem faz a comunicação no Brasil e a maneira muito especial que o Judiciário tem para julgar casos assim!. Quem será a próxima? Por isso, sem uma convocação da sociedade para transformar este Estatuto em muito mais que uma referência longínqua e teórica, nós poderemos talvez constatar que o racismo ainda irá resistir por mais tempo, mesmo sem qualquer razão para existir, pois trata-se de um crime.

Brasil tem novo rumo

A outra lição a ser tirada, orgulhosamente, é que o Brasil está na contra-mão das ondas de racismo e xenofobia que grassam pelos grandes países capitalistas, sobretudo naqueles países que se arrogam avançados. Ondas que vêm acompanhadas da demolição de uma série de direitos trabalhistas e sociais conquistados na edificação do Estado do Bem-Estar Social. Tudo isto em razão da crise do capitalismo que está sendo descarregada impiedosamente sobre os trabalhadores. O Brasil está ampliando direitos sociais!

Países como Suíça, Áustria ou mesmo França, debatem-se entre a tomada de medidas legais que restringem, agridem, desrespeitam trabalhadores negros e árabes que por lá trabalham. E em outros países como Itália, Espanha e Inglaterra, na prática o racismo vai mostrando seus dentes criminosos, seja nas condutas dos agentes públicos, dos agentes de emigração, e, muito especialmente dos agentes policiais. Estes, chegam ao ponto até há não hesitar em matar em caso de dúvida para com um negro, um mulato, um árabe, sempre que houver a dúvida, como dolorosamente ocorreu com o mineiro Jean Charles Menezes, executado em pleno metrô de Londres com 7 tiros na cabeça. Foi considerado terrorista por ter a pele amorenada e o cabelo não liso!!! Recentemente, o primo de Jean Charles, que também trabalhou na Inglaterra e luta para que se faça justiça de fato neste caso - o governo inglês deu uma indenização à família pela morte, como se fosse uma mala extraviada - acaba de ser deportado ao tentar entrar novamente naquele país que também está empilhando cadáveres no Afeganistão e no Iraque, além de ameaçar a Argentina com nova agressão militar ilegal pelas Ilhas Malvinas.

Basta uma consulta sobre quem anda preso hoje na Europa e encontraremos, na maioria, um contingente de jovens negros, árabes, pobres, recebendo o castigo da prisão. As estatísticas judiciárias nos EUA também revelam uma população carcerária predominantemente negra, pobre, asiática e hispânica. O mesmo ocorrendo sobre quem hoje está no corredor da morte para ser executado lá. Entre eles, o jornalista negro Múmia Abu Jamal, condenado num processo repleto de irregularidades e exatamente por Juiz conhecido por ser o campeão em enviar negros para a cadeira elétrica, onde fica claro que o crime principal de Múmia é o de ter nascido com a pele negra.

O Estatuto da Igualdade Racial é um passo forte nesta luta contra o racismo no Brasil, indicando direção oposta ao que ocorre no mundo. Da mesma forma que muitos países chamados de desenvolvidos estão fechando-se aos emigrantes, punindo-os, o Brasil adota política de abertura jurídica de espaços generosos aos estrangeiros que aqui vivem, linha oposta à xenofobia. Assim como nos EUA, em 1963, o Presidente Kennedy teve que enviar tropas do exército para garantir a matrícula de dois jovens negros na Universidade do Alabama, então vetada a negros, um estatuto aqui deverá ser alavanca para mobilizar vontades conscientes e dar bases jurídicas para que os que praticam racismo sejam condenados. Depois daquele episódio no Alabama, muitos massacres de negros houve nos EUA, e ainda os há. Executaram Martin Luther King e Malcon X. Aqui no Brasil os massacres se acumulam. Entre eles o massacre do Carandiru, dos 111 presos, quase todos pretos, como diz a música do Caetano. A Chacina da Candelária, a de Acari, a de Vigário Geral. Negros são os primeiros a tombar.

É preciso parar o Carandiru diário

O Estatuto da Igualdade Racial também desafia e estimula a criação de ações concretas por parte da Secretaria Especial de Direitos Humanos no sentido de coibir a prática diária de torturas nos estabelecimentos prisionais brasileiros. Houve uma concentração de esforços na apuração de tortura e assassinatos ocorridos durante a ditadura, mas não tem havido uma política eficiente da Secretaria contra a tortura diária, prática corriqueira, que atinge sobretudo pobres e negros agora mesmo na maioria destes órgãos judiciais.

Se o Estatuto dá as bases jurídicas para a punição da prática de racismo na internet, se protege os direitos das comunidades quilombolas, se proíbe às empresas a prática de critérios étnicos para preenchimento de vagas de emprego e, entre outras, torna obrigatório o ensino de história geral da África e da população negra do Brasil em escolas públicas e privadas do ensino fundamental e médio - e todos estes são pontos muito positivos para uma nova realidade de luta global contra o racismo - mesmo assim, só uma militância vigorosa, atenta, fortalecida fará com que a transformação pretendida seja a mais rápida, a mais profunda, a mais ampla.

O Estado brasileiro, ainda marcado por todos os vícios e deformações inerentes a um estado com as características da burguesia, vem experimentando por meio da convocação de Conferências Públicas, as mais variadas formas de democratização. Desde a primeira Conferência Nacional de Saúde, ocorrida também na Era Vargas, em 1942, e sobretudo durante o governo Lula, um torrencial de demandas e propostas está sendo perfilado, organizado, tornado visível, proclamado, muito embora, em vários casos, ainda sem conseguir a relação de forças adequadas para as mudanças mais radicais, mesmo sendo absolutamente necessárias. Algumas das bandeiras do movimento negro e dos movimentos sociais em geral, somente serão realidade com uma transformação social muito mais aprofundada, algo que um governo de composição como o atual ainda não reúne todas as condições de implementar e consolidar. Mas, as bases estão lançadas para um patamar superior destas lutas. Em vários casos, são os próprios movimentos sociais que não adotam também uma tática capaz de condicionar, o governo, por meio de um apoio crítico, a realizar mudanças concretas em muitos setores. Por exemplo, não se justifica que a TV Brasil - mesmo com toda abertura e visibilidade que já oferece às questões ligadas à África - não tenha ainda horários definidos e ampliados de sua programação que contemplem os diferenciados aspectos da luta contra o racismo. Ou da luta geral dos trabalhadores.

Distribuição massiva e gratuita

Exemplo disso é que, se não houver uma atitude decidida e vigorosa por parte dos movimentos que lutam contra o racismo, por parte dos sindicatos, dos intelectuais, corremos o risco do texto do Estatuto da Igualdade Racial sequer receber uma massiva divulgação, como se faz necessário. Os trabalhadores, ainda hoje, não conhecem seus direitos inscritos na CLT, a população brasileira em geral desconhece o texto da Constituição, não há consciência ampla ou sequer informação sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente, muito embora já tenha completado 20 anos. É fundamental que seja cobrada do estado brasileiro uma edição massiva deste Estatuto da Igualdade Racial, algo na casa de dezenas de milhões de exemplares. E distribuição gratuita. Há capacidade gráfica ociosa para isto e há um povo que não tem acesso à leitura destes textos. Mas tem direito! Se não é dado ao cidadão o direito de desconhecer o texto de uma lei, em contrapartida, vemos que no Brasil o estudo e a divulgação ampla e gratuita da Constituição, para dar um exemplo, numa foram sistematicamente promovidas.

Todos estes textos legais devem merecer edições simples, popularizadas em sua forma e alcance, com a linguagem mais acessível e mais comunicativa possível, superando o intransponível juridiquês. Mas, estas edições massivas devem ser distribuídas gratuitamente, como se faz na Venezuela, por exemplo, com a divulgação de milhões de exemplares de bolso da Constituição Bolivariana, proporcionando um aprendizado importante para a população. Num país como o Brasil, que ainda registra formas de trabalho análogas ao trabalho escravo, o conhecimento dos direitos trabalhistas contidos na CLT deveria ser uma prioridade dos meios de comunicação e não apenas restrito a advogados trabalhistas e círculos de dirigentes sindicais. E os meios de comunicação, concessões de serviço público, deveriam sim priorizar horários específicos para o conhecimento das leis, no mínimo proporcionalmente ao tempo que desperdiça para estimular o consumo de álcool e a ingestão de comidas maléficas à saúde.

Universidade da África versus Navios Negreiros

Por fim, vale registrar que no mesmo dia da sanção do Estatuto da Igualdade Racial, o presidente Lula também sancionou a lei que cria a Universidade Federal da Integração Luso-Africana e Brasileira, a Unilab, que terá sede na cidade de Redenção, no Ceará, primeira cidade brasileira a abolir o escravagismo no Brasil, 5 anos antes da Lei Áurea. A criação desta universidade tem o mesmo simbolismo de outras iniciativas que colocam o Brasil em rumo oposto ao de muitos países que estão registrando endurecimento e perversidade no trato da questão racial.

Com a Unilab, que receberá estudantes africanos que aqui estudarão gratuitamente, o Brasil se aproxima do gesto de Cuba adotado há 12 anos, quando criou a Escola Latinoamericana de Medicina destinada a formar médicos para oferecer aos países mais necessitados do continente, inclusive aos Estados Unidos. Cerca de 500 jovens negros e pobres estadunidenses estudam medicina em Cuba, gratuitamente. Quando voltarem formados para os EUA, poderão praticar medicina social nos bairros negros do Harlem e do Brooklin onde viviam; Segundo disseram estes próprios estudantes, se tivessem lá continuado provavelmente teriam sido capturados pelas perversas redes e garras do narcotráfico. Nos EUA dificilmente poderiam estudar medicina. Em contraponto ao bloqueio econômico e às agressões que sofre há décadas dos EUA, Cuba “contra-ataca” doando ao povo norte-americano a generosa formação humanizada de centenas de seus filhos.

Consciência generosa e solidária

O Brasil vai nesta direção. Além da Unilab, que dará oportunidade para que jovens africanos formem-se em nível superior, ombro a ombro com estudantes brasileiros, proporcionando mutuamente a formação de uma consciência generosa e solidária, marcada pelo reconhecimento que todos os povos do mundo e nós brasileiros em particular temos em relação aos povos africanos! Para além da Unilab, também na linha de pagar nossa dívida, está a instalação de unidades da Embrapa em território africano, e vem sendo mencionado por Lula o propósito de estimular a produção de agroenergia, permitindo a autonomia,a independência e a soberania tanto energética quanto alimentar dos povos africanos, em sua maioria ainda dependentes da importação de petróleo, ou ainda sem capacidade para a geração de energia elétrica.

Mandela , Cuba e a Mama África

No final do ato de sanção do Estatuto da Igualdade Racial, Lula disse que agora somos uma nação um pouco mais negra, um pouco mais branca e , sobretudo, um pouco mais igual. Perante o mundo, comparecemos com uma iniciativa que nos coloca em diferencial positivo e generoso. De certo modo, tomamos de Cuba uma parte de sua solidariedade para com os africanos, muito embora Cuba tenha chegado ao ponto de pegar em armas para defender a independência de Angola, derrotando o exército racista da África do Sul na Batalha de Cuito Cuanavale, e, com isto, derrotando o próprio regime do apartheid, como reconhece Mandela, dedicando esta conquista ao povo cubano.

Mesmo que ainda tenhamos tantas dívidas não pagas internamente e tantas desigualdades ainda não resolvidas, agora somos nós brasileiros a nos lançar, como nação, ao pagamento da gigantesca e dolorosa dívida que temos para com os povos da África. E com ações concretas: uma universidade, a presença de uma estatal como a Embrapa, políticas e convênios etc. Vamos apostando, como nação, num mundo mais justo, mais solidário, mais humano, incorporando a África, quando muitos países a consideram continente descartável. Muito breve, poderemos estar fazendo como o generoso povo cubano, enviando médicos, técnicos e professores para a Mama África. Construindo as bases para que se faça o trajeto contrário dos navios negreiros, humanizando o retorno na forma de conhecimento, tecnologia, saber e solidariedade.

Enquanto isto, muitos países, sobretudo os ricos que apoiaram o animalesco regime do apartheid no passado, seguem o vergonhoso exemplo de espalhar tropas e morte pelo mundo. O Brasil está em outra direção!

(*) Beto Almeida é Diretor da Telesur

sexta-feira, 16 de julho de 2010

http://vivachavezviva.blogspot.com/
O maior blog de Chávez e Chavista das Américas!

quinta-feira, 15 de julho de 2010

O relacionamento secreto entre negros e judeus, Volume 2 Review Book
By Ashahed M. Muhammad -Asst.
Por Ashahed M. Asst-Muhammad.
Editor- | Last updated: Jun 28, 2010 - 9:51:24 PM
Editor-| Última actualização: 28 junho de 2010 - 09:51:24

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How Jews Gained Control of the Black American Economy Como os judeus ganharam o controle da economia americana Black
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(FinalCall.com) - The mercantile exploits of the Jewish people are legend. (FinalCall.com) - As façanhas mercantil do povo judeu é lenda. Their extensive commercial influence is undeniable, however, the Nation of Islam, in a seminal and groundbreaking work “The Secret Relationship Between Blacks and Jews,” Volume One (1991, Latimer Associates) presented a multi-layered and detailed research study of the methods by which this dominance was established and its connections with the Black community. Sua influência de comerciais é inegável, porém, a Nação do Islã, em uma obra seminal e inovador "O relacionamento secreto entre negros e judeus," Volume One (1991, Latimer Associates) apresentou um estudo multi-camadas e detalhada dos métodos por que esse domínio foi estabelecido e suas conexões com a comunidade negra.

BOOK REVIEW RESENHA

Its publication set off ideological tremors resulting in denunciations, and chaotic scrambles into the archives of Jewish historical literature by those hoping to debunk its claims. Sua publicação ajustados fora dos tremores ideológico, resultando em denúncias, e caótica bagunça nos arquivos históricos da literatura judaica por aqueles que desejam desacreditar as suas alegações. They were unsuccessful, and quietly, the assertions that Jews were merely “co-sufferers or innocent by-standers” in the trans-Atlantic slave trade have been silenced. Eles foram bem sucedidas, e silenciosamente, as afirmações de que os judeus eram apenas "co-sofredores ou inocentes espectadores" no tráfico de escravos transatlântico, foram silenciados.

The Nation of Islam's Historical Research Department has followed up with the highly anticipated Volume 2 in a series of scholarly volumes, this one under the subtitle “How Jews Gained Control of the Black American Economy.” A Nação do Islã Histórico de Pesquisa do Departamento seguiu-se com o volume do altamente antecipado 2 em uma série de volumes eruditos, este com o subtítulo "Como os judeus ganharam o controle do Black American Economy".

In 456-pages with thousands of footnotes, replete with charts, diagrams and even more Jewish scholarly sources, the Nation of Islam's research has shown that far from an accidental circumstance of history, Jewish business owners using the guidance contained within the Talmud, established an extensive structure of economic control while exercising considerable influence in the development of the architecture of the system of White Supremacy. Em 456 páginas de milhares de notas, repleto de gráficos, diagramas e ainda mais judeu fontes acadêmicas, a Nação de pesquisa do Islã tem demonstrado que, longe de uma circunstância acidental da história, os proprietários do negócio judeu usando a orientação contida no Talmud, estabeleceu um ampla estrutura de controle econômico, enquanto que exercem uma influência considerável no desenvolvimento da arquitetura do sistema de supremacia branca. The devastating effects of which are still felt in the Black community today. Os efeitos devastadores das quais ainda são sentidos na comunidade negra de hoje.

The book begins dealing with an historical reality, which shows that even though the Honorable Elijah Muhammad was never accused of being anti-Semitic, he and the Nation of Islam were feared by Jewish organizations and leaders. O livro começa lidando com uma realidade histórica, que mostra que, embora o Honorável Elijah Muhammad nunca foi acusado de ser anti-semita, ele ea Nação do Islã eram temidos por organizações judaicas e líderes. Those same organizational leaders in modern times predictably hurl the dastardly appellation of “anti-Semite” at anyone who would dare to act as a Black advocate for justice. Esses mesmos líderes organizacionais nos tempos modernos, previsivelmente arremessar a denominação covarde de "anti-semita" a quem se atreveria a agir como um defensor da justiça Black.

As an example of this unfortunate reality, in the preface, the authors forthrightly deal with the 2008 presidential campaign of then-Senator Barack H. Obama and the Rev. Jeremiah Wright/Louis Farrakhan media created nexus and contrived controversy, which dominated the airwaves. Como exemplo desta triste realidade, no prefácio, os autores tratam abertamente com a campanha presidencial de 2008 do então senador Barack H. Obama eo reverendo Jeremiah Wright / media Louis Farrakhan criado nexo e polêmica artificial, que dominou as ondas.

“It has reached the point today that any Black person rising to national prominence must first declare publicly his or her galactic distance from Black leaders branded with the Jewish scarlet letter—before any other issue can be addressed … In this extraordinary exercise of raw Jewish political intimidation, a fabricated threat of 'black Anti-Semitism' was elevated in importance above two wars, a crashing economy, the health care crisis, home foreclosures, education reform, drug violence, rising unemployment, and many other serious concerns, in order to upbraid the Black man of ever thinking about a relationship with those Black leaders unacceptable to the Jewish people.” (p. ix) "Ele chegou ao ponto de hoje que qualquer pessoa negra levantando-se a proeminência nacional deve primeiro declarar publicamente a sua distância galáctica de líderes negros marcados com a letra escarlate judeu antes de qualquer outra questão pode ser abordada ... Neste exercício extraordinário de matérias-primas judaica político intimidação, ameaça fabricado de 'black Anti-semitismo "foi elevado de importância acima de duas guerras, uma economia cair, a crise de saúde, as execuções hipotecárias, a reforma da educação, a violência das drogas, o aumento do desemprego, e muitos outros problemas graves, a fim de censurar o homem negro de sempre pensar em um relacionamento com os líderes negros inaceitável para o povo judeu. "(p. ix)

In Chapter One titled “Blacks and Jews in the Jim Crow South,” the writers begin to outline the process by which slavery and White Supremacy became ironclad cultural realities. No primeiro capítulo intitulado "Os negros e judeus no Sul de Jim Crow", os escritores começam a delinear o processo pelo qual a escravidão e tornou-se White Supremacy ironclad realidades culturais. Throughout the book, it is shown that Jews in America consistently used the Talmud, their holy book of rabbinical wisdom, as an ideological tether as they sought to expand their cultural penetration and commercial presence. Ao longo do livro, é mostrado que os judeus na América sempre usou o Talmud, o seu livro sagrado da sabedoria rabínica, como uma corrente ideológica que se procurou alargar a sua penetração cultural e comercial presença.

Researchers found that liens, sharecropping and the characteristics of the entire agricultural economy established in the South are found in the Talmudic texts—ostensibly acting as a business manual for the Jewish people. Os pesquisadores descobriram que liens, parceria e as características de toda a economia agrícola estabelecida no Sul são encontrados no Talmud, textos aparentemente agindo como um manual de negócios para o povo judeu. The success of its implementation led to explosive monetary growth, allowing them to graft themselves onto a host in order to become financially stronger in a symbiotic yet parasitic relationship to all those with whom they came into contact. O sucesso da sua aplicação levou a um crescimento explosivo monetária, permitindo-lhes se enxertam em um host, a fim de tornar-se financeiramente mais forte em uma relação simbiótica parasitárias ainda a todos aqueles com os quais entrou em contato. Many Jews even obtained prominent political positions, detailed in the chapter “Jewish Political Power in the Apartheid South.” Muitos judeus, mesmo obtidos cargos políticos de destaque, detalhado no capítulo "judeu Poder Político no Sul do Apartheid".


Min. Min. Farrakhan uncovers truth of Black-Jewish relations during June 26 Atlanta address. Photo: Andrea Muhammad Farrakhan descobre verdade sobre as relações judaico-Negro durante 26 jun endereço Atlanta. Foto: Andrea Muhammad
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'The fact is that many of the largest and most successful Jewish businesses were founded and developed into major operations in the South, under the most racially hostile conditions that have ever existed. "O fato é que muitas das mais bem sucedidas e maiores empresas judaicas foram fundadas e desenvolvidas em grandes operações no sul do país, sob a condições mais hostis racial que nunca existiu. (p.173)' (P.173) "
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The Nation of Islam uncovered documents showing Jews built massive cotton marketing businesses owning thousands of acres of plantations. A Nação do Islã descobriu documentos que comprovem os judeus construíram negócios de algodão maciço marketing que possuem milhares de hectares de plantações. Indeed, much of the slave-picked cotton produced in the Mississippi Delta region was marketed internationally by Jewish merchants. Na verdade, a maior parte do algodão escravo pegou produzido na região do delta do Mississippi foi comercializado internacionalmente por comerciantes judeus. Indisputably, Blacks picked the cotton. Indiscutivelmente, os negros escolheram o algodão. Jews simultaneously established their dominance in the “needle trades” or textiles industry, the banking industry as well as a significant—even if little known—role in the formation of labor unions, which allowed them to exercise control over jobs and contracts. Simultaneamente judeus estabeleceram seu domínio no comércio "agulha" ou indústria têxtil, o sector bancário, bem como uma significativa, mesmo que pouco conhecido papel-na formação de sindicatos, que lhes permitiam exercer um controlo sobre empregos e contratos.

After reading this detailed research it is clear why the prominent Jewish writer David L. Cohn would write that cotton was “a form of mysticism … a religion and a way of life … omnipresent here as a god is omnipresent.” (p. 197) It is also clear why the Museum of the Southern Jewish Experience in Jackson, Miss., could not ignore the “cotton factor” when speaking about the history of Jews in the south, along with the Jewish role in the Confederacy. Depois de ler esta investigação detalhada é claro por que o proeminente escritor judeu, David L. Cohn ia escrever que o algodão era "uma forma de misticismo ... uma religião e um modo de vida ... aqui onipresente como um deus é onipresente." (P. 197) É igualmente claro por que o Museu da experiência judaica do sul em Jackson, Mississipi, não podia ignorar o "algodão" factor quando se fala sobre a história dos judeus no sul, junto com o papel judaica na Confederação. These facts have remained virtually unknown to the general public. Esses fatos têm permanecido praticamente desconhecido do público em geral.

In the chapter “Forty Acres & the Jews: Heirs to the Slave Baron” readers will be floored by the extensive and seemingly ubiquitous network of Jewish bankers that was established across the South in a relatively short amount of time. No capítulo "Quarenta Acres e os judeus: os herdeiros do Barão Slave" leitores serão pavimentados pela rede extensa e aparentemente onipresente de banqueiros judeus, que foi criado através do sul em um período relativamente curto de tempo.

“This Jewish banking network was certainly not limited to the South, but existed in every area of the continent where Jews settled and opened businesses. "Esta rede bancária judaica não era certamente limitada ao Sul, mas existe em todas as áreas do continente onde os judeus assentados e abriu os negócios. This study focuses on the Jewish bankers of the south because of their direct impact on the fortunes of the Southern Black population.” (p.165) Este estudo incide sobre os banqueiros judeus do sul devido ao seu impacto direto sobre o destino da população negra do sul. "(P.165)

Serving as a case in point, this led B'nai B'rith organizer Charles Wessolowsky to write the following in 1878: Servindo como um caso em questão, o que levou B'nai B'rith organizador Charles Wessolowsky a escrever o seguinte em 1878:

“We find here [in Houston] Jewish bankers, lawyers, and merchants doing extensive and large business in all branches of commerce.”(p. 171) "Nós encontramos aqui [no] judaica Houston banqueiros, advogados, comerciantes e fazendo extensas e grandes empresas em todos os ramos do comércio." (P. 171)

Several pages of charts detailing their banking connections in 14 southern states are listed. Várias páginas de cartas detalhando suas conexões bancárias em 14 estados do sul são listados. Truly diligent researchers who want to go even further will be inspired to “connect the dots” between those bankers, their banks, and the “family ties” of their modern day manifestations. Verdadeiramente investigadores diligentes que querem ir ainda mais longe será inspirado em "ligar os pontos" entre os banqueiros, os bancos, e os laços familiares "de suas manifestações moderna. Some of the dots are connected for you, for example the recently collapsed investment banking goliath Lehman Brothers. Alguns dos pontos são conectados por você, por exemplo, a banca de investimento recentemente desabou goliath Lehman Brothers. A 23-year old German immigrant named Henry Lehman opened “a tiny general store” in Montgomery, Ala., in 1844. A 23 anos de idade chamado imigrante alemão Henry Lehman abriu "uma pequena loja em geral", em Montgomery, Alabama, em 1844. (p.206) Within six years, his two brothers joined him, creating what would become Lehman Brothers, all starting from that small store, which opened directly across from the town's main slave trading block. (P.206) No prazo de seis anos, seus dois irmãos se juntaram a ele, criando o que seria o Lehman Brothers, todos a partir dessa pequena loja, que abriu em frente do bloco principal da cidade de escravos.

Predictably, as with Volume One, some critics will claim quotes and information is used in the book devoid of context, but what can possibly be out of context about the most prominent Jew in America at that time financing the Ku Klux Klan? Previsivelmente, tal como acontece com Volume One, alguns críticos afirmem citações ea informação é usada no livro desprovido de contexto, mas que pode, eventualmente, ser fora de contexto sobre os judeus mais proeminentes nos Estados Unidos naquela época o financiamento da Ku Klux Klan? In fact, Judah P. Benjamin, a noted KKK financier was the leader of the Louisiana Democratic Party (p. 122). Na verdade, Judah P. Benjamin, um notável financista KKK foi o líder do Partido Democrático Louisiana (p. 122). What is “out of context” about the top rabbis claiming Blacks are “cursed sons of Ham” which incidentally became the foundation of the White Supremacist doctrine? O que é "fora de contexto", sobre os rabinos top reivindicando os negros são "amaldiçoados filhos de Cão" que, aliás, se tornou a base da doutrina da supremacia branca? How does one explain the fact that Jewish business owners not only survived but thrived in the Jim Crow South when the Ku Klux Klan—basically the military arm of White Supremacy—lynched and murdered Blacks with impunity. Como explicar o fato de que judeus proprietários de negócios não apenas sobreviveram, mas prosperaram no Jim Crow do Sul quando o Ku Klux Klan, basicamente o braço militar de White Supremacy-negros linchados e assassinados impunemente.

“The fact is that many of the largest and most successful Jewish businesses were founded and developed into major operations in the South, under the most racially hostile conditions that have ever existed.”(p.173) "O fato é que muitas das mais bem sucedidas e maiores empresas judaicas foram fundadas e desenvolvidas em grandes operações no sul do país, sob a condições mais hostis racial que nunca existiu." (P.173)

The accepted historical narrative is that Jews faced persecution on par with Blacks during that time. A narrativa histórica é aceite que os judeus perseguidos na paridade com os negros durante esse tempo. According to the research, this appears to be at variance with the facts recorded in writings by their own Jewish scholars. Segundo a pesquisa, este parece estar em contradição com os fatos registrados nos escritos pelos próprios acadêmicos judeus. In fact, historical (and documented) Jewish support for the KKK in very real and, in modern terms, is tantamount to what is commonly called “material support for terrorism” per the Patriot Act. De fato, histórico (e documentado) para o apoio judeu em KKK muito real e, em termos modernos, é equivalente ao que é comumente chamado de "apoio material ao terrorismo" por a Lei Patriota.

During a time of bloody and paralyzing violence in the South, led by the KKK, Jews erected ornate synagogues while holding interchangeable racial views and a deep bond of freemasonry, even participating in some of the anti-Black mob violence. Durante um período de sangrentas e paralisar a violência no sul do país, liderada pelo KKK, os judeus erguido sinagogas ornate mantendo intercambiáveis vista racial e uma ligação profunda da Maçonaria, mesmo participando em algumas das medidas anti-violência da multidão negra. Again, these are not opinions. Novamente, essas não são opiniões. The Nation of Islam, using reputable Jewish sources, compiled this information. A Nação do Islã, com respeitáveis fontes judaicas, compilou esta informação.

Jewish American historian Philip S. Foner in his 1975 work titled “Black-Jewish Relations in the Opening Years of the Twentieth Century” wrote: Historiador judeu americano Philip S. Foner em 1975 seu trabalho intitulado "relações entre negros e judeus nos anos iniciais do século XX", escreveu:

“Unfortunately, little aid came from the Jewish community or press … as blacks continued to be legally disenfranchised, pushed more deeply into a segregated society, and met by an orgy of lynchings and anti-Negro riots in the South (and sometimes even in the North) when they protested.”(p. 406) "Infelizmente, pouca ajuda veio da comunidade judaica ou prima ... enquanto os negros continuaram a ser legalmente disenfranchised, empurrou mais profundamente em uma sociedade segregada, e reuniu-se por uma orgia de linchamentos e motins anti-Negro no sul do país (e às vezes até no Norte), quando protestei. "(p. 406)

The research has shown that even in areas where Jews were prominent religious and political leaders, violent attacks on Blacks still took place, without any words of condemnation recorded in the Jewish press. A pesquisa demonstrou que mesmo em áreas onde os judeus eram proeminentes líderes religiosos e políticos, os ataques violentos contra os negros ainda assim ocorreu, sem nenhuma palavra de condenação registrado na imprensa judaica. Some would find this to be quiet complicity, others may see this as tacit approval. Alguns poderiam achar que isso seja cúmplice silencioso, os outros podem ver isso como aprovação tácita.

Regardless, these are all topics that must be honestly discussed. Não obstante, todos estes são temas que devem ser honestamente discutido. The questions raised in this volume must be answered. As questões levantadas neste volume devem ser respondidas. Much of this information would never have been known, were it not for the research of the Nation of Islam. Muita dessa informação não teria sido conhecida se não fosse para a pesquisa da Nação do Islã. Many will embrace the book, others will condemn it, but one thing is for sure, its presence will not be met with silence. Muitos vão abraçar o livro, outros vão condená-la, mas uma coisa é certa, sua presença não será satisfeita com o silêncio. The question is, what will journalists, politicians, entertainers, professors, business owners, students and scholars do once they know the truth? A questão é, o que jornalistas, políticos, artistas, professores, empresários, estudantes e estudiosos fazem quando sabem a verdade?

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quarta-feira, 14 de julho de 2010

O que a imprensa não fala sobre a Venezuela?
Reproduzo artigo de Mário Augusto Jakobskind, intitulado “O que a imprena conservadora silencia sobre a Venezuela”, publicado no Observatório da Imprensa:



A República Bolivariana da Venezuela segue na ordem do dia da mídia. Quem acompanha o noticiário diário das TVs brasileiras e alguns dos jornalões tem a impressão que o país está à beira do caos e por lá vigora a mais ferrenha obstrução aos órgãos de imprensa privados. Mas há quem não tenha essa leitura sobre o país vizinho, que no próximo mês de setembro elegerá os integrantes da Assembléia Nacional.

José Gregorio Nieves, secretário da organização não-governamental Jornalistas pela Verdade, informou recentemente a representantes da União Européia que circularam em Caracas que nos últimos 11 anos, correspondente exatamente à ascensão do presidente Hugo Chávez, houve um avanço na democratização da comunicação na Venezuela. Ele baseia as suas informações em números. Segundo Nieves, há atualmente um total de 282 meios alternativos de rádios e televisões onde a população que não tinha voz agora tem.

Houve, inclusive, um aumento da democratização do acesso aos meios de comunicação. Até 1998, ou seja, no período em que a Venezuela era governada em revezamento, ora pela Ação Democrática (linha social-democrata), ora pela Copei (linha social cristã), não havia permissão para o funcionamento de veículos comunitários. No país existiam apenas 33 radiodifusores privados e 11 públicos, todos eles avaliados pela Comissão Nacional de Telecomunicações (Conatel).

Que seja ouvido o outro lado

Hoje, ainda segundo informação prestada por Nieves a representantes da UE, as concessões privadas em FM chegam a 471 emissoras, sendo 245 comunitárias e 82 de caráter público. Na área da televisão, o total de canais abertos privados até 1998 era de 31 particulares e oito públicos. Atualmente, a Conatel concedeu concessões a 65 canais privados, 37 comunitários e 12 públicos.

A lógica desses números contradiz, na prática, a campanha midiática de denúncia de falta de liberdade de imprensa. Seria pouco lógico que num período em que aumentaram as concessão de rádio e TV para a área privada o governo restringisse os passos das referidas empresas.

O secretário de organização dos Jornalistas pela Verdade informou ainda que a Lei de Responsabilidade Social no Rádio e Televisão permitiu o fortalecimento dos produtores nacionais independentes. Nieves fez questão de assinalar que a ONG que ele representa rejeita a manipulação contra o governo bolivariano que ocorre em âmbito da UE e em outros fóruns.

É importante que os leitores e telespectadores brasileiros tenham acesso a outros canais de informação e não aos de sempre, apresentados diariamente pelos grandes meios de comunicação vinculados à Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP). Em outros termos: que seja ouvido o outro lado, para que não prevaleça, como tem acontecido, o esquema do pensamento único.

RCTV é confirmada como produtora nacional

Para se ter uma idéia de como funciona o mecanismo do pensamento único, no próximo dia 1º de março, em São Paulo, o Instituto Millenium estará promovendo um seminário sobre "Liberdade de Expressão" que contará com a participação, entre outros, do presidente da RCTV venezuelana, Marcel Garnier, do colunista das Organizações Globo Arnaldo Jabor, do sociólogo Demetrio Magnoli, do jornalista Reinaldo Azevedo, da Veja, e de Carlos Alberto Di Franco, membro da seita Opus Dei.

O Instituto Millenium é dirigido, segundo informa o jornal Brasil de Fato, por Patrícia Carlos de Andrade, ex-mulher do ex-diretor do Banco Central no período FHC, Armínio Fraga, e filha do falecido jornalista Evandro Carlos de Andrade, que a partir de 1995 coordenou a Central Globo de Jornalismo. Os mediadores do seminário serão três profissionais de imprensa das Organizações Globo: o diretor Luís Erlanger, o repórter Tonico Pereira e o âncora William Waack.

Já se pode imaginar o tipo de crítica ao governo venezuelano que vem por aí. Vão lamentar a suspensão de seis emissoras de TV a cabo, mas provavelmente deixarão de mencionar, como tem feito a mídia conservadora, que cinco desses canais já retornaram ao ar porque deram as informações necessárias solicitadas pela Conatel. Quanto à RCTV, que se julga internacional, a Conatel confirmou a classificação do canal de TV a cabo como produtora nacional, o que conseqüentemente a obriga a acatar as leis do país. Se fizer isso, poderá voltar ao ar. Se não o fizer, Marcel Garnier continuará circulando por países da América Latina para denunciar a "falta de liberdade de imprensa no país de Chávez".

Sem contraponto

Ah, sim: nestes dias, o governo do Uruguai, cujo presidente, Tabaré Vázquez, encerra o mandato na mesma data do seminário promovido pelo Instituto Millenium, anunciou que vai punir dezenas de emissoras de rádio que se recusaram a entrar na cadeia nacional obrigatória em que o chefe do Executivo uruguaio informava a população sobre questões relacionadas aos direitos humanos. Os jornalões e as TVs brasileiros não deram uma linha sobre o fato, ao contrário do que aconteceu quando a Comissão Nacional de Telecomunicações (Conatel) da Venezuela decidiu suspender emissoras de rádio que estavam em situação irregular.

Por estas e muitas outras é que os leitores e telespectadores brasileiros e da América Latina de um modo geral recebem informações sobre a Venezuela apenas com base do que dizem os inimigos da Revolução Bolivariana. Não há contraponto.

Intervozes - Levante sua voz parte 2